Poluição, pesca excessiva e a destruição de habitats naturais são três das principais causas que afetam significativamente a vida dos animais marinhos no planeta, afirma a Fundación Aquae, organização não-governamental sediada na Espanha que se dedica à proteção do meio ambiente.
A situação mais problemática, diz a fundação, é a crescente poluição dos oceanos e mares por plásticos.
A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) lista os seguintes animais marinhos como ameaçados de extinção.
A foca-monge-do-havaí (Neomonachus schauinslandi) habita a costa do estado norte-americano do Havaí e, de acordo com os dados mais recentes publicados pela IUCN em 2014, o número de animais dessa espécie é de cerca de 632, com um status de conservação em constante declínio.
O mamífero vive em áreas rasas, e as principais ameaças são a pesca, as doenças invasivas, a poluição e a presença de humanos em seu habitat natural devido ao turismo.
A IUCN avaliou em 2016 que o cavalo-marinho Hippocampus whitei está ameaçado de extinção devido à invasão humana em seus lares naturais, ao turismo, à água contaminada e aos resíduos agrícolas despejados no mar.
Esse cavalo-marinho reside na costa de New South Wales, Austrália, e é protegido por lei.
O animal geralmente vive nas macroalgas, corais e esponjas marinhas que se encontram a uma profundidade de apenas 12 metros e se alimenta de pequenos crustáceos.
A IUCN informa em seu artigo que o Hippocampus whitei é uma espécie ovovivípara (que nasce de ovos retidos no corpo do animal) e que se reproduz, geralmente, entre outubro e abril de cada ano.
Uma curiosidade: as fêmeas depositam os ovos na bolsa incubadora dos machos e eles carregam os filhotes até o momento do nascimento.
A Fundación Aquae explica que o terceiro animal da lista é o maior cetáceo que existe e está entre os maiores animais que já habitaram a Terra.
A baleia-azul (Balaenoptera musculus) é um mamífero da ordem Cetartiodactyla que pode atingir 30 metros de comprimento e pesar um total de 150 toneladas.
Apesar de abranger uma área de habitat que se estende por todos os oceanos do mundo, a baleia-azul está ameaçada de extinção, segundo a IUCN.
No entanto, a espécie apresenta uma tendência de crescimento populacional, de acordo com os dados mais recentes registrados em 2018.
O número estimado de indivíduos dessa espécie está entre 5 mil e 15 mil, e sua expectativa de vida atual é de cerca de 30,8 anos. Essas baleias se alimentam exclusivamente de krill (Euphausiacea), e as principais ameaças sofridas por elas são a caça ilegal e a presença de atividades humanas em seu habitat natural.
A IUCN cita, por exemplo, que as baleias-azuis foram vistas colidindo com barcos e sofrendo ferimentos e traumas em um local próximo ao Sri Lanka, na Ásia.
Classificada como ameaçada de extinção desde novembro de 2018, a raia-diabo, arraia-diabo ou manta-diabo (Mobula mobular) é um peixe cartilaginoso nativo dos oceanos Pacífico, Atlântico, Índico e do Mar Mediterrâneo.
Com uma população em declínio, a IUCN informa que não há estimativas atuais da presença global de sua espécie.
Trata-se de animais que vivem por pelo menos 12,8 anos e passam suas vidas em profundidades de cerca de 50 metros.
A IUCN afirma que "a espécie apresenta movimentos em grande escala, e percorre até 1800 quilômetros por dia a velocidades mínimas de 63 quilômetros, provavelmente impulsionada por padrões sazonais na disponibilidade de presas".
Sua principal ameaça é a pesca não-intencional. As redes e arpões têm como alvo outras espécies, mas acabam capturando as raias e ameaçando a sua sobrevivência na natureza.
Por fim, o atum-rabilho-do-sul (Thunnus maccoyii) é o ser vivo da lista cuja principal causa de ameaça e possível extinção é a pesca excessiva.
"O enlatamento [armazenamento em latas] foi a forma mais representativa de comercialização do peixe altamente valorizado até o início da década de 1980", diz a IUCN, sendo o Japão o principal mercado para o comércio desse tipo de alimento.
O Thunnus maccoyii habita profundidades de quase mil metros no mar e pode ser encontrado em águas próximas da Argentina, Brasil, Uruguai, Madagascar, Indonésia, África do Sul e Austrália.