As pirâmides do Egito são um dos marcos culturais mais emblemáticos do mundo. Ao longo dos anos, especialistas têm tentado desvendar os mitos de como essas imponentes construções foram erguidas. Embora as respostas para essa pergunta ainda não sejam satisfatórias, uma recente pesquisa trouxe algumas luzes sobre o assunto.
As pirâmides de Quéfren, Miquerinos e a Grande Pirâmide de Gizé (também conhecida como a pirâmide de Quéops ou Keops) foram construídas durante a Quarta Dinastia (2686-2160 a.C.). Elas estão localizadas na margem ocidental do rio Nilo, na planície de Gizé, no Egito, e representam antigas proezas de engenharia que têm fascinado a humanidade há centenas de anos.
Conforme aponta a Enciclopédia Britannica, plataforma de divulgação de dados do Reino Unido voltada para a educação, desde Heródoto, historiador grego do século 5 a.C., várias hipóteses foram elaboradas sobre a construção das pirâmides sem que uma resposta definitiva fosse aceita.
Atualmente, indica a enciclopédia, a teoria mais plausível sugere que os egípcios utilizaram uma rampa ou terraço inclinado que permitia o transporte dos blocos de pedra por meio de trenós, rolos e alavancas.
No entanto, uma nova pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) sugere que os construtores foram capazes de erguer pirâmides, tumbas e templos graças a um antigo braço do rio Nilo agora extinto, conhecido como o braço de Khufu.
Os pesquisadores avaliaram as variações dos níveis de água do Nilo nos últimos 8 mil anos e determinaram que o braço de Khufu, um afluente do Nilo, proporcionou um ambiente fluvial favorável para o surgimento e desenvolvimento do local de construção, auxiliando os construtores no planejamento do transporte de pedra e materiais por barco.
Os autores sugerem que os antigos egípcios aproveitaram o rio e suas enchentes anuais por meio de um engenhoso sistema de canais e bacias, formando um complexo portuário que está localizado a mais de sete quilômetros a oeste do Nilo nos dias atuais.
Esses canais e bacias precisavam ter profundidade suficiente para acomodar embarcações de calado raso (profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação, em relação à linha d'água) ao longo do ano. Enquanto que embarcações maiores provavelmente só poderiam navegar durante a época de enchentes (de agosto a outubro), quando o nível da água no canal do Nilo aumentava.
A hipótese do complexo portuário propõe que os construtores das pirâmides cortaram o dique ocidental do braço de Khufu e dragaram as bacias até a profundidade do rio. Isso teria possibilitado aproveitar a elevação anual da enchente como um elevador hidráulico, quando os níveis mais altos de água chegavam à base da planície de Gizé.
Dessa forma, a existência dos canais e do porto teria permitido aos engenheiros transportar materiais de construção e suprimentos para o complexo das pirâmides, facilitando a sua construção.