A febre maculosa, também chamada de Febre Maculosa Brasileira (FMB), é uma doença causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e transmitida pela picada de um carrapato hematófago (ou seja, que se alimenta de sangue). Trata-se de uma enfermidade grave, que pode debilitar os seres humanos até a morte, como informa o Ministério da Saúde Brasileiro
Após a notificação de quatro pessoas mortas no interior do estado de São Paulo em decorrência de febre maculosa nas primeiras semanas de junho – como confirmado pelo Secretaria de Saúde do Estado – especialistas estão em alerta para um possível surto da doença. Segundo o órgão governamental, é importante reforçar medidas de prevenção, que envolvem, principalmente, evitar o contato com o inseto transmissor.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), localizada na cidade onde as mortes por febre maculosa ocorreram, alerta que os meses de junho a novembro é o período quando a infestação ambiental pelo vetor da doença é alta. Por isso mesmo, o cuidado deve ser redobrado.
De acordo com o órgão de saúde do governo brasileiro, ainda que potencialmente qualquer espécie de carrapato possa carregar a bactéria causadora da doença como, por exemplo, o carrapato do cachorro, os principais vetores da febre são os carrapatos do gênero Amblyomma. O vetor mais preocupante é o conhecido como carrapato-estrela (A. sculptum).
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A Unicamp enfatiza que é justamente entre junho e novembro que o parasita entra em uma fase do seu ciclo de vida na qual a possibilidade de parasitismo humano é maior, aumentando o número de casos da febre.
Isso porque o carrapato está mais presente no meio ambiente quando chega sua fase de ninfa (juvenil); eles se tornam mais perigosos porque são menores e mais difíceis de serem vistos.
Entretanto, o carrapato-estrela pode infectar seu hospedeiro em mais de uma fase de seu ciclo de vida. Segundo a Unicamp, os carrapatos-estrela não têm o hábito de se fixar em apenas um hospedeiro – e podem se fixar em cachorros, cavalos, bois, gatos, capivaras ou até seres humanos.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, duas espécies de bactérias estão associadas a quadros clínicos da febre maculosa:
Os primeiros sintomas aparecem de dois a 14 dias depois da picada do carrapato e começam abruptamente. O conjunto de sinais da doença são semelhantes aos de outras infecções, com febre alta, dor no corpo, dor de cabeça, falta de apetite e desânimo.
Além desses, a febre maculosa também é caracterizada pela presença de manchas vermelhas na pele denominadas máculas.
Carrapatos parasitas encontrados no casco de uma tartaruga trazida para processamento. Essas espécies particulares de carrapatos foram observadas com bastante frequência em conchas com outras espécies encontradas em membros e tecidos internos.
FOTO DE MATTHEW WARDDepois de eclodirem dos ovos, os carrapatos – que estão em forma de larva, procuram um animal para se alimentar, retornando ao ambiente depois de alguns dias. Fora do animal, o inseto se transforma no que é chamado de ninfa, ganhando mais um par de pernas, e pode ficar meses sem se alimentar aguardando um novo hospedeiro, informa a Unicamp.
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Esse processo se repete mais uma vez com o inseto chegando à fase adulta e alcançando a idade de reprodução. Para que o carrapato transmita a febre maculosa, ele precisa consumir o sangue de um animal já infectado com a bactéria Rickettsia, que será transportada para o próximo hospedeiro – e é assim que a doença chega aos humanos.
De acordo com o Ministério da Saúde, o carrapato precisa ficar ao menos quatro horas fixado na pele da pessoa para transmitir a doença.
O carrapato-estrela é encontrado com mais frequência em áreas com vegetação e que tenham grande fluxo de animais de grande porte (desde cachorros, passando por capivaras e bois), como fazendas, campos e parques. Caso a pessoa esteja em uma área de risco, o Ministério da Saúde recomenda certas precauções: