A água é o elemento-chave para a manutenção da vida na Terra. Assim como é um recurso natural essencial no meio ambiente, ela também possibilita diversas funções vitais nos seres humanos.
Mais de 70% do organismo humano é composto de água, que é necessária para várias reações químicas do corpo, como explica Gabriela Cilla, nutricionista especialista em nutrição clínica, funcional e esportiva consultada pela National Geographic.
Como exemplo, a profissional de saúde menciona as funções da água para a regulação da temperatura corporal, para o transporte de nutrientes, a hidratação das células e a eliminação de toxinas através do suor e da urina.
A falta de água afeta diretamente o funcionamento do corpo. De acordo com o manual médico da MSD (nome no Brasil da farmacêutica norte-americana Merck) e referência para temas de saúde, em casos de desidratação a água se desloca do interior das células para a corrente sanguínea a fim de manter o volume necessário de sangue e a pressão arterial.
Se a desidratação continuar, os tecidos do corpo começam a secar e as células passam a encolher e a funcionar inadequadamente, podendo levar a pessoa a óbito em casos graves. A explicação está no manual que integra a Aliança Global de Conhecimento Médico (Global Medical Knowledge Alliance), uma iniciativa de criação de conteúdo educacional para médicos e pacientes baseado em evidências, escrito por especialistas e disponibilizado online.
Na prática, a nutricionista Gabriela Cilla afirma que o tempo varia de pessoa para pessoa porque quanto mais massa muscular o indivíduo tem, mais água ele tem estocada no corpo. “O que se calcula é que, em média, o ser humano consegue sobreviver muitas semanas sem comida, mas a maioria das pessoas só permaneceria viva cerca de dois a quatro dias sem água”, diz a nutricionista.
Para evitar a desidratação, uma pessoa deve tomar uma quantidade de água equivalente a seu peso de massa muscular. “O que varia de 1,6 litro a 2,8 litros ao dia”, diz a especialista em nutrição. “Se a pessoa ingere menos que isso já pode apresentar um cenário de desidratação”.
Segundo o manual médico da MSD, os estágios iniciais da desidratação estimulam o centro de sede do cérebro, como um motivador para que a pessoa beba mais líquidos. Se a ingestão de água não corresponder, os próximos sinais incluem a diminuição da sudorese e urina.
Boca seca, dor de cabeça, visão turva, rouquidão e fome também são sinais comuns da desidratação, de acordo com a nutricionista.
Para tratar a desidratação, é preciso beber água. “Deve-se aumentar a ingestão de líquidos e, dependendo do caso, também é recomendada a reposição de sódio e eletrólitos”, diz Gabriela Cilla.