Publicado na revista científica Global Environmental Change, o estudo foi realizado por pesquisadores que utilizam modelos computacionais e pesquisas para medir impactos inesperados das mudanças. A partir de uma simples pesquisa no Flickr atrás de imagens de arco-íris publicadas nos últimos 10 anos, o grupo estabeleceu uma base de lugares e incidências do fenômeno, relacionando a condições climáticas devidas para o surgimento: chuva e sol, nas quantidades e intensidades corretas. A partir de tais bases, modelos foram aprimorados e aprofundados, para prever as ocorrências aproximadamente pelos próximos 80 anos.
Os resultados sugerem que ocorrerá uma redução na incidência de arco-íris em 21% a 34% das regiões do planeta, mas, por outro lado, um aumento das aparições em 66% a 71% da Terra. Os modelos apontam a elevação principalmente em áreas de altitude elevada e próximos aos polos, como Rússia, Canadá, Alasca e o planalto do Himalaia. Nas partes mais populosas e poluídas do planeta, porém, as aparições se tornarão menos frequentes. O aumento no Ártico é exemplar sobre o efeito das mudanças climáticas, já que, com uma maior temperatura, a água que costumava cair como neve, cada vez mais se tornará chuva na região.
Um arco-íris acontece quando a luz branca do sol é interceptada pela “lente” da chuva, e se dispersa em cores do espectro visível pelo céu. Regiões da África, da América do Sul e do Mediterrâneo se tornarão, no entanto, mais secas e, por isso, com menos arco-íris nos céus.
“As mudanças climáticas afetam os arco-íris. Agora sabemos que isso é fato”, afirmou Kimberly Carlson, da Universidade de Nova York, e principal autora do estudo. “As mudanças terão efeitos muito invasivos na vida humana, mas mudanças mais intangíveis, como na luz e no som, também merecem atenção dos pesquisadores”, concluiu.