O anúncio representa um ponto de inflexão no futuro do planeta, especialmente no contexto da crise climática desencadeada pelo uso de energias sujas, pois no processo de fusão por confinamento inercial, em definitiva fusão nuclear, consegue-se energia ilimitada e sem carbono. “De maneira simples, a fusão nuclear é o processo pelo qual dois núcleos atômicos leves se combinam para formar um só núcleo mais pesado, emitindo ao mesmo tempo enormes quantidade de energia”, explicou o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA).
De forma didática, a conquista científica pode ser compreendida por uma analogia bastante simples: os núcleos atômicos podem se comparar com gotas de água que, ao se unir, formam um lago gigantesco, tão extenso como profundo, porém, em vez de água, obtém-se energia. Basicamente, os cientistas conseguiram replicar na Terra o que acontece no Universo, ou sem ir tão longe, no Sol: as reações de fusão são produzidas em um estado da matéria denominado plasma, composto por íons positivos e elétrons que se deslocam livremente.
A reação de fusão nuclear não libera carbono nem gera resíduos radioativos de longa duração, portanto, mesmo uma pequena quantidade de combustível de hidrogênio liberaria quantidades significativas de energia por anos. O tipo de fusão alcançado usa um combustível de hidrogênio que é mantido no lugar por ímãs poderosos e aquecido a temperaturas extremamente altas para que os núcleos atômicos se fundam.