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Chocolate com alto teor de cacau traz benefícios para saúde de idosos, diz estudo

Pesquisa aponta que consumo de chocolate pode contribuir para a melhora do estado nutricional em pacientes com câncer em cuidados paliativos

Publicada em 05/07/22 às 17:26h - 115 visualizações

por Kativa FM \\ CNN Brasil.


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Consumo de chocolate com maior teor de cacau pode contribuir para a melhora do estado nutricional, diz estudo Getty Images  (Foto: Kativa FM \\ CNN Brasil.)
Comer chocolate pode ser delicioso – não restam dúvidas. Para melhorar, especialistas encontraram indícios de que um dos doces preferidos da população também pode trazer benefícios para a saúde.

Um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o consumo de chocolate com maior teor de cacau pode contribuir para a melhora do estado nutricional, da funcionalidade e a diminuição de sintomas em pacientes idosos com câncer em cuidados paliativos.

“Nós queríamos fazer um trabalho de pesquisa que fosse útil para o público-alvo, promovendo melhora nos problemas nutricionais, conforto e prazer. Foi assim que pensamos em estudar o chocolate, que tem uma história antiga na sociedade e que é alvo de estudos na área cardiovascular”, diz Nereida Kilza da Costa Lima, médica geriatra, professora da USP e orientadora do estudo, em comunicado.

A pesquisa contou com a participação de 46 pacientes em tratamento no Serviço de Oncologia e Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Os voluntários receberam tratamento padrão e foram divididos em três grupos, um com pessoas que não receberam chocolate, outro de pessoas que consumiram 25 gramas diárias de chocolate com 55% cacau e, por último, aquelas que ingeriram a mesma quantidade de chocolate branco.

Os voluntários tinham média de 67 anos de idade e 43,5% estavam em risco de desnutrição ou estavam desnutridos antes do início do trabalho. Os pesquisadores coletaram dados sociodemográficos e informações do estado de saúde dos pacientes, incluindo exames laboratoriais e avaliação nutricional antes e após quatro semanas da intervenção.

“No final do estudo, observamos que os índices das avaliações nutricionais foram aumentados significativamente. A elevação teve significância clínica e não houve indivíduo classificado como desnutrido após a intervenção, evidenciando que, possivelmente, a intervenção nutricional pode ser capaz de reduzir a perda de peso em pacientes com câncer em estágio avançado melhorando o estado nutricional”, explica Josiane Cheli Vettori, nutricionista e autora do estudo.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica BMC Palliative Care.

Impacto nutricional

Pacientes com câncer sem possibilidade de cura podem se beneficiar dos cuidados paliativos, que amenizam impactos físicos, emocionais, sociais e até mesmo espirituais a partir do trabalho de equipes de saúde multidisciplinares.

“Cresce a preocupação com o impacto da nutrição em pacientes com câncer em cuidados paliativos. Assim, a alimentação como preservação do estado nutricional, prevenção da desnutrição e promoção de conforto são importantes”, diz a nutricionista.

A especialista afirma que a alimentação também está associada às memórias, conexão com amigos, autonomia e prazer. “O suporte nutricional deve ser adaptado para atender às necessidades e desejos de cada paciente, pois eles são únicos quanto aos valores, história, desejos, lembranças e necessidades nutricionais e emocionais”, diz.

A assistência nutricional contribui para o controle dos sintomas durante o tratamento oncológico e deve ser realizada pela equipe de saúde junto com o paciente, familiares e cuidadores. Com esse objetivo, os profissionais de saúde buscam alternativas que permitam que os pacientes se alimentem de maneira nutritiva e ao mesmo tempo respeitando possíveis restrições e limitações impostas pela doença.

“Antes de recomendar o chocolate, é importante observar as preferências alimentares, que são altamente pessoais, e pensar em conjunto com a equipe multiprofissional, familiares e paciente para entender se faz sentido no tratamento, se é algo que ele gosta e se tem acesso”, diz a nutricionista.

(Com informações do Jornal da USP)




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