Depois do fenômeno do sol vermelho ou sol do apocalipse devido à fumaça de focos de incêndio que se espalha em diferentes cidades do país, moradores de municípios do Sul do Rio Grande do Sul registraram uma chuva preta, na terça-feira (10).
Segundo a MetSul Metereologia, essa água também é chamada de chuva de fuligem ou soot, em inglês. Ela é uma material formado principalmente pelo carbono, que se origina a partir de uma queimada incompleta de materiais orgânicos, como combustíveis fósseis (carvão) e biomassa (madeira e resíduos agrícolas).
Esses materiais incendiados, em vez de transformarem a poluição em dióxido de carbono (Co₂) e vapor de água, transformam em partículas finas de carbono escuras e outros compostos. Como essa nova formação é extremamente pequena, com diâmetros na escala de nanômetros e micrômetros, as partículas permanecem no ar por longos períodos e podem viajar grandes distâncias.
Dessa forma, o fenômeno ocorre quando a fuligem e mais compostos contaminados na atmosfera se misturaram com a umidade e precipitam sob forma de chuva.
Céu em São Paulo, em agosto de 2019, com fumaça da Amazônia que terminou em chuva de fuligem | André Lucas/MetSul Metereologia
Ainda de acordo com a MetSul Metereologia, esse tipo de chuva é indicativo de altos níveis de poluição e é normalmente registrado em áreas industriais, de queimadas ou onde ocorre uma intensa queima de combustíveis fósseis.
Ao cair no solo, esse poluente contamina a vegetação e onde há acúmulo de água. Ainda, ela deixa uma camada de sujeira na superfície que pode ser vista em prédios, veículos e outras estruturas. A chuva preta pode levar à degradação dos materiais civis e aumentar os custos de manutenção.