Considerado a “caixa d’água” do Brasil por abrigar a nascente de importantes rios, o Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, com uma área de mais de 2 mil km² – cerca de 23,3% do território nacional, como explica o site do Ministério do Turismo e uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2019.
A riqueza e a diversidade da fauna e da flora do Cerrado se dão muito por seu clima, que mesmo sofrendo alterações por conta das mudanças climáticas mundiais, ainda possui um padrão característico.
Saiba qual é o clima do Cerrado e conheça várias de das características que fazem esse bioma ser tão especial e importante para o Brasil.
O Cerrado ocupa uma área enorme do território brasileiro, se estendendo dentro de vários estados: Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Piauí, Maranhão, Rondônia, Pará, Paraná, e Distrito Federal, segundo explica o site governamental federal.
Além de sua posição e extensão geográfica, a topografia do Cerrado é bem característica – quem já viajou por algum desses lugares deve ter observado o relevo de altitudes médias, com pequenas montanhas, chapadas (com formações de “mesas”) e a predominância de planalto.
O clima predominante no Cerrado é classificado como Tropical sazonal, de inverno seco. Sendo que ele se divide ao longo do ano em dois períodos principais: invernos secos (estação seca) e verões chuvosos (estação chuvosa), segundo o site da Universidade de Brasília (UNB).
Durante a estação seca do Cerrado, as geadas não são frequentes (bem raras) e a estiagem costuma ser mais rigorosa nos meses de agosto e setembro. Em alguns lugares, no entanto, ela pode persistir até outubro e novembro. Vale ressaltar que a partir de julho, o ambiente já fica sujeito às queimadas naturais, além de sofrer ainda mais com as queimadas ocasionadas por atividades humanas.
Já a estação chuvosa e quente (na qual as temperaturas podem atingir mais de 40ºC) acontece normalmente entre outubro e março, meses de primavera e verão. As chuvas variam entre 750 milímetros a 2 mil milímetros, apresentando média de 1.500 milímetros, e tendem a ser semelhantes em todo bioma.
A paisagem do Cerrado brasileiro seria o mais próximo, no país, de uma savana. O bioma do Cerrado faz fronteira com a Amazônia.
O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica em biodiversidade do mundo, abrigando quase 13 mil espécies de plantas nativas já catalogadas, como conta o Ministério do Turismo. Com serras de altura mediana e extensos chapadões, uma das principais características da vegetação do Cerrado são suas pequenas árvores retorcidas, dispersas em meio a um tapete de gramíneas.
Durante o verão úmido, o verde predomina; já no inverno seco, parte do capim amarela e seca, para renovar o ciclo das folhagens. Mas mesmo no auge da seca, o Cerrado apresenta algum verde em suas árvores e arbustos – ao contrário da Caatinga. Suas espécies lenhosas são caducifólias, mas a vegetação como um todo não – ela é semicaducifólia, como explica o site da faculdade de Ecologia da Universidade de São Paulo (USP).
A fauna do Cerrado também é rica e diversa. Entre os animais mais encontrados na região se destacam: as cobras jibóia, cascavel, várias espécies de jararaca; o lagarto teiú, a ema, a seriema, o urubu comum, o urubu caçador, o urubu-rei, araras, tucanos, papagaios, gaviões, vários tipos de tatu – inclusive o tatu-canastra, típico da região; o tamanduá-bandeira e o tamanduá-mirim, o veado campeiro, a anta, o cachorro-do-mato, o lobo-guará, a jaritataca, o gato mourisco, e mais raramente a onça-parda e a onça-pintada.
O codinome de “caixa d’água” do Brasil não é à toa já que o Cerrado possui nascentes de rios importantes e grande volume de águas subterrâneas. A distribuição das chuvas (estações seca e chuvosa), os solos e sua localização central faz com que o Cerrado se situe sobre os grandes divisores de águas do país, conforme explica o artigo da UNB.
O bioma abriga as nascentes das três maiores bacias hidrográficas sul-americanas, a Amazônica/Tocantins, a São Francisco e a Prata. Entre os vários rios que nascem e cortam o Cerrado, se destacam o rio São Francisco (que nasce na Serra da Canastra) e o rio Araguaia (com nascente na Serra do Caiapó). Na zona de transição entre o Cerrado e a Amazônia nascem importantes contribuintes das bacias dos rios Tapajós e Xingu, formadores da bacia Amazônica.