Essequibo: por que crise ressuscita temor do Brasil sobre base dos EUA na Amazônia
Publicada em 08/12/23 às 08:03h - 75 visualizações
por Kativa FM \\ BBC
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O Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas anunciou que vai realizar exercícios militares em parceria com as Forças de Defesa da Guiana (Foto: Kativa FM \\ BBC)
A preocupação ganhou novo impulso nesta quinta-feira (07/12) depois que o Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas anunciou que irá realizar exercícios militares em parceria com as Forças de Defesa da Guiana.
No Brasil, o principal assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim, disse que seu principal temor com a escalada da crise entre Guiana e Venezuela é que ela sirva de pretexto para a presença de militares estrangeiros na Amazônia.
"O que eu temo mais, pra falar a verdade, é que você crie precedentes até para ter bases e tropas estrangeiras na região. Não estamos falando de uma região qualquer. Estamos falando da Amazônia, que é sempre objeto de muita preocupação de nossa parte. Essa é a nossa preocupação maior", disse Celso Amorim em entrevista ao Canal Meio.
Exercícios militares envolvendo norte-americanos na Amazônia não são novidade. Em novembro deste ano, por exemplo, 294 militares do país desembarcaram no Brasil para um treinamento na selva amazônica. A diferença, agora, é que os norte-americanos chegarão à Guiana em meio a uma crise geopolítica entre o país e a Venezuela.
Os dois países disputam há mais de um século Essequibo, uma área de mais de 160 mil km² (pouco maior que o Estado do Ceará) rica em minérios como ouro e diamante, além de petróleo. Nos últimos meses, as tensões aumentaram depois que a Venezuela realizou um referendo sobre a criação de um novo Estado na área em disputa. Essequibo corresponde a 70% do território da Guiana.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ), provocada pelo governo guianense, emitiu uma sentença determinando que a Venezuela não poderia tomar medidas para incorporar Essequibo ao seu território. O regime de Nicolás Maduro, no entanto, anunciou não reconhecer a legitimidade da Corte para resolver a disputa.
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