O litoral brasileiro é enorme e em várias partes é possível os turistas apreciarem os diversos tipos de tartarugas marinhas. Só que como essa é uma espécie que faz parte da lista vermelha ameaçadas de extinção reavaliada periodicamente pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (Iucn), o Ministério do Meio Ambiente do Brasil e seu ICMBio se encarregam de coordenar a proteção e a conservação das tartarugas marinhas nas praias brasileiras.
Os turistas podem visitar locais específicos para admirar a beleza desses animais, aprender tudo sobre as tartarugas marinhas e ainda estar seguro que não irão atrapalhar o ciclo de reprodução e nem alterar o habitat natural delas. Confira, a seguir, as seis praias brasileiras onde os viajantes podem ver e curtir as tartarugas marinhas:
O ICMBio – uma autarquia em regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente do Brasil – é o responsável por gerir o Centro Tamar que cuida do Projeto Tamar. Criado em 1980 e gerido até hoje pela parceria com a Fundação Projeto Tamar, ele toma conta de 22 localidades no litoral brasileiro que desenvolve ações de pesquisa, manejo e proteção das cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil.
Entre os locais em que o Projeto Tamar está presente, os turistas podem observar as tartarugas marinhas e aprender com os especialistas sobre esse animal em seis centros de visitantes espalhados pelo litoral brasileiro. Se você quer vê-las de perto e ainda descobrir como elas são cuidadas corretamente, anote os locais e planeje sua visita:
O Centro de Visitantes do Projeto Tamar no arquipélago de Fernando de Noronha é um local que vale muito a pena ser conhecido por quem viaja até esse lugar distante do território brasileiro, que possui praias paradisíacas e é uma área de proteção ambiental do ICMBio.
O arquipélago de Fernando de Noronha foi descoberto em 1503, sendo ocupado, em momentos diferentes da história, por portugueses, ingleses, franceses e holandeses. Nos registros históricos consta que havia “bandos de tartarugas na ilha e no mar”, situação bem diferente da atual, conforme conta o site oficial do Projeto Tamar.
Desde 1996, o Centro de Visitantes atua em Fernando de Noronha promovendo a conservação e cuidado das tartarugas marinhas e costuma receber cerca de 40 mil visitantes ao ano. No centro, os viajantes podem fazer visitas orientadas, assistir a palestras, entre outras atividades.
Sede do Projeto Tamar, que já alcançou a marca de 40 milhões de tartarugas marinhas protegidas e devolvidas ao oceano.
As atividades do Projeto Tamar no estado de Sergipe começaram nos anos 1980. Atualmente, Sergipe possui três bases de pesquisa e conservação (Ponta dos Mangues, Pirambu e Abaís) e um Centro de Visitantes (Aracaju). O Projeto Tamar em Sergipe monitora 150 km de praias e protege quase 8 mil desovas e 600 mil filhotes de tartarugas marinhas. Cerca de 80% são da espécie oliva, a menor entre as encontradas no país.
O Centro de Visitantes foi inaugurado em 2002 e também conhecido como Oceanário de Aracaju, é o primeiro do Nordeste e abriga mais de 50 espécies de animais marinhos. Além disso, nos aquários e tanques do local, os visitantes podem conhecer de perto a fauna aquática da região e quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil.
Ao norte de Salvador está a Praia do Forte. Em 1982, quando os pesquisadores do Projeto Tamar chegaram, o lugar era uma pequena vila com 500 moradores. Ao longo dos anos, a base de pesquisa e o centro de visitação se tornaram um ponto turístico nacional e internacional.
O Centro de Visitantes da Praia do Forte tem 10 mil m² e, atualmente, é o local mais visitado do Projeto Tamar, recebendo cerca de 500 mil visitantes por ano. Possui tanques e aquários que somam 750 mil litros de água salgada com exemplares da fauna marinha da região e de quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil.
A bióloga Denise Mora, do Projeto Tamar, monitora ninhos de tartaruga e faz a soltura de filhotes pela praia.
As atividades do Projeto Tamar no Espírito Santo começaram no início da década de 1980 e hoje em dia conta com três bases de pesquisa e conservação (Comboios, Povoação e Pontal do Ipiranga) e um Centro de Visitantes em Vitória, inaugurado em 2012. O projeto no estado monitora 160 km de praias continentais e protege quase 3 mil desovas e 150 mil filhotes a cada temporada reprodutiva das tartarugas marinhas.
O Centro de Visitantes de Vitória fica no Parque Municipal da Ilha do Papagaio e tem uma gestão compartilhada entre a Prefeitura Municipal de Vitória e a Fundação Projeto Tamar, conforme explica o site do projeto.
A cidade de Ubatuba fica bem entre o mar e as montanhas do litoral norte do estado de São Paulo, a 262 km da capital paulista e possui muitas áreas preservadas da Mata Atlântica. Ubatuba conta com mais de 100 praias.
Desde 1991, possui uma base do Projeto Tamar – que foi a primeira instalada em uma área de alimentação das tartarugas marinhas no litoral brasileiro, tendo como principal objetivo diminuir os efeitos predatórios da pesca sobre esses animais. O Centro de Visitantes tem uma estrutura completa com seis tanques, aquários de observação de tartarugas marinhas e espaços de exposição.
A região sul do Brasil é um importante local de alimentação das tartarugas marinhas, especialmente quando jovens – segundo explica o próprio Projeto Tamar. Por conta disso, em 2005 foi criada a base da Fundação Projeto Tamar de Florianópolis para dar suporte às atividades locais e diminuir o impacto da pesca sobre as tartarugas marinhas.
O Centro de Visitantes foi inaugurado no mesmo ano para sensibilizar e promover a conscientização ambiental. Fica localizado na praia da Barra da Lagoa, a 50 metros do mar e tem cinco tanques com quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas nas praias do litoral brasileiro: tartaruga verde, tartaruga cabeçuda, tartaruga oliva e de pente – além de uma piscina e um aquário com outros animais da região.