O Trigo, que disparou com ameaças russas ao fluxo de grãos no Mar Negro, recuou depois que o presidente ucraniano disse que tomará medidas militares e diplomáticas para a assegurar os embarques. Os futuros em Chicago caíram até 3,6% nesta sexta-feira, após um salto de 10% esta semana até quinta.
Volodymyr Zelenskiy, instruiu seus principais comandantes militares a preparar “ações” para permitir que o comércio de grãos continue funcionando. Ele também disse ao Ministério das Relações Exteriores para preparar “medidas diplomáticas análogas”. A declaração de Zelenskiy no Telegram não detalhou quais podem ser as medidas.
Não está claro como Kiev planeja reativar o corredor marítimo em meio a tensões crescentes, com transportadoras e tradings preocupadas com possíveis ataques a navios.
O trigo ainda caminha para uma alta semanal de cerca de 7%, em meio a exercícios militares no Mar Negro que aumentam os riscos para o comércio em uma região vital para os suprimentos globais de grãos. A Marinha russa disse nesta sexta-feira que conduziu um exercício com fogo real nas águas da região.
Foi uma semana extremamente volátil. O Kremlin se retirou do acordo que permitia à Ucrânia exportar grãos através de alguns portos e atacou instalações agrícolas do país invadido. Ambas as nações avisaram que navios que se dirigiam a portos do outro país poderiam ser considerados alvos militares.
Não está claro o quão realistas são as esperanças da Ucrânia de resolver a situação. Os EUA disseram que escoltas de navios não são uma opção, e a ONU disse que não pode oferecer garantias de segurança aos navios de grãos. Enquanto isso, os armadores têm receio de enviar embarcações, e uma importante corretora de seguros suspendeu um programa de exportação de grãos da Ucrânia.
Na sexta-feira, outro ataque com mísseis russos danificou “infraestrutura importante” na área de Bilhorod-Dnistrovskyi, na região de Odesa, de acordo com a administração regional. Mísseis russos atingiram um depósito de grãos na região de Odesa durante a noite, causando um incêndio e danificando equipamentos agrícolas, disse o governo.
A alta do trigo pode novamente elevar os custos de alimentos, que haviam recuado do salto provocado pelo início da guerra no ano passado.