As obras de arte e os objetos históricos danificados no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos aos Três Poderes, em 8 de janeiro, possuem um valor de mercado de cerca de R$ 40 milhões.
Ao todo, 17 peças do acervo da Presidência da República foram danificadas, incluindo o Relógio Balthazar Martinot, do século 17, e a pintura “As Mulatas”, de Di Cavalcanti.
A Presidência já iniciou o processo de restauração. Para recuperar o relógio, o governo brasileiro tem negociado um convênio com uma relojoaria suíça.
“A gente ainda aguarda contato de uma relojoaria suíça que vem ao Brasil e trará técnicos, inclusive em um sistema de trocas de cooperação técnica”, explicou o curador da Presidência da República, Rogério Carvalho.
Na segunda-feira (23), o mecânico Cláudio Ferreira, suspeito de ter quebrado o relógio, foi detido pela Polícia Federal em Uberlândia, em Minas Gerais.
Diante do cenário de destruição, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, pretende criar um Memorial à Democracia.
A ideia é também incluir na etiqueta das peças de arte restauradas imagem dos objetos históricos danificados.
“Para que isso não se repita. Para que essa informação possa ser inserida em um processo de educação patrimonial, que é a nossa intenção”, explicou Carvalho.
O curador contou ainda que a expectativa é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mude para o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, no início de fevereiro.
A recuperação do palácio governamental, no entanto, que enfrentou danos durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), não deve estar concluída.
“A pretensão é que a família entre agora no começo do mês, e terá acesso ao possível. Infelizmente é o que será possível no primeiro momento”, explicou o curador.