Projeção da Organização Mundial de Saúde estima que mais de 2 milhões de pessoas em todo mundo estarão com excesso de peso até 2025. Um dos motivos de maior sofrimento para quem tem um corpo considerado fora do padrão é a discriminação até mesmo nas questões de mobilidade urbana.
Segundo advogado humanista, Ives Bittencourt, pessoas gordas muitas vezes não têm o principal direito garantido por lei no país, o direito de ir e vir.
Além do olhar de reprovação de muitas pessoas, quem é obeso precisa enfrentar diariamente uma série de obstáculos ao circular pelos espaços públicos, entre eles: cadeiras e poltronas pouco adequadas em locais como escritórios e restaurantes, a largura das catracas dentro dos ônibus e nas estações de metrô, a falta de acessibilidade no transporte coletivo responsável por causar constrangimento e consequentemente situações de gordofobia.
Pegar um carro de aplicativo, andar de metrô ou viajar de avião é uma atividade comum para muita gente. Mas para pessoas gordas isso pode se tornar um verdadeiro pesadelo, pior ainda para quem depende do transporte público
A jornalista e ativista Naiane Ribeiro alerta para necessidade de um olhar especial para as pessoas gordas para tornar os veículos coletivos mais inclusivos. Algumas cidades brasileiras dispensaram a obrigatoriedade das pessoas obesas de passarem pela catraca de ônibus do transporte coletivo, as medidas entre tantos são pontuais.
A Comissão de Direitos Humanos aprovou o projeto de lei 4.804, de 2019, que reserva 3% dos assentos de transportes coletivos intermunicipal e interestadual para pessoas com deficiência ou obesidade mórbida.