Os muçulmanos representam 67,7% da população do Catar. A maioria dos muçulmanos do Qatar pertence ao ramo sunita, enquanto cerca de 10% são xiitas. A principal diferença ideológica dos grupos diz respeito a questões de autoridade religiosa e liderança de todos os muçulmanos após a morte de Maomé. Aqueles que seguiram o amigo mais próximo do Profeta (Abu Bakr) ficaram conhecidos como sunitas.
Já aqueles que seguiram o primo e genro de Maomé (Ali) ficaram conhecidos como xiitas. Os sunitas se consideram o ramo mais tradicional e ortodoxo do Islã. Enquanto isso, os xiitas têm uma hierarquia de clérigos que praticam interpretações independentes e constantemente atualizadas dos textos islâmicos.
Quanto às outras religiões, 13,8% da população pratica o cristianismo, porcentagem igual ao dos hindus que vivem no país. Além disso, 3,1% da população é budista. Os 1,6% restantes, não são afiliados a crença alguma ou são seguidores de outras religiões.
Como era de se esperar, o Islã determina o modo de vida dos cidadãos do Catar. A legislação do país é baseada na lei Sharia, vista como a expressão do mandamento de Deus para os muçulmanos. Escolas patrocinadas pelo Estado tornam a instrução islâmica obrigatória para os alunos do país. Várias e belas mesquitas são encontradas em todo o território nacional.
A população do Catar segue um código de vestimenta rígido baseado na tradição islâmica. Os homens usam um thobe (uma longa camisa branca sobre calças largas). Eles também usam um lenço na cabeça, chamado gutra, em tecido branco ou vermelho e branco, preso com uma corda preta conhecida como agal. As mulheres cobrem a cabeça com um lenço preto chamado shayla, e o corpo com um longo vestido preto chamado abayha.
O governo e a família real estão fortemente ligados ao Islã. Não-muçulmanos, no entanto, podem exercer cargos governamentais. O Ministério de Assuntos Islâmicos controla a construção de mesquitas, assuntos clericais, e educação islâmica para adultos e novos convertidos. O Emir (ou "príncipe", o governante do país) participa de orações públicas durante os períodos de feriado religiosos e financia pessoalmente a peregrinação a Meca para cidadãos e não-cidadãos que não têm condições financeiras para fazer a viagem.
A Constituição do Catar prevê a liberdade de religião no país. No entanto, o proselitismo por não-muçulmanos é uma ofensa punível. A conversão de muçulmanos para outra religião é considerada apostasia e é tecnicamente uma ofensa capital (mas, desde que o país ganhou independência em 1971, não houve punição registrada para tal ato).
Grupos religiosos precisam ser registrados no governo para serem legalmente reconhecidos. Para ser aprovado, cada grupo deve ter pelo menos 1.500 membros. A publicação e distribuição de textos religiosos no Catar são rigorosamente monitoradas pelo governo do país. A lei proíbe o proselitismo por não-muçulmanos e impõe algumas restrições ao culto público.
Os cristãos que vivem no Catar são principalmente estrangeiros vindos da Europa ou das Américas do Norte e do Sul. Cristãos provenientes de países asiáticos e africanos também vivem lá, mas em menor número. O governo do Catar doou terreno às autoridades religiosas cristãs para construir igrejas no país em 2008. Apesar disso, a atividade dos missionários cristãos não é incentivada.
Embora as congregações evangélicas não sejam legalmente reconhecidas porque não alcançam o número mínimo de 1.500 membros, elas organizam cultos e recebem segurança oferecida pelo Ministério do Interior, quando necessário. Em relação a outras religiões, a maioria dos hindus do Catar são imigrantes do sul e sudeste da Ásia. Os budistas no país também são principalmente de países do Sudeste Asiático. A maior parte dos fiéis de ambas as religiões é formada por trabalhadores migrantes que vivem no país temporariamente.
Fonte: History Brasil.