O suplemento de creatina é um dos mais conhecidos entre as pessoas que praticam atividade física, por potencializar a performance muscular. Só que agora, um estudo comprovou que uma enzina presente no composto também pode ajudar na função do cérebro e até mesmo na recuperação de traumas.
“Essa suplementação pode ajudar no aprimoramento da memória, proporcionar uma maior capacidade de retenção e mais resistência à fadiga mental”, confirma o médico José Fernandes Vilas, especialista em neurologia e psiquiatria clínica. Ele vem estudando a creatina há alguns anos.
A enzina quinase (CK), presente na creatina, já é produzida naturalmente pelo organismo, mas em pequenas quantidades. No entanto, consumir produtor e de alimentos ricos em creatina – como carnes vermelhas, peixes, frangos ovos e leite -, traz vários outros benefícios que não se sabia até agora.
E ele alerta que a falta dessa enzima no corpo tem relação com a depressão, entre outros:
“É possível a participação da creatina na formação de energia cerebral. Os estudos demonstram que os baixos níveis de creatina estão relacionados, ao sono ruim, envelhecimento, depressão, déficit cognitivo, atrasos de aprendizagem e, inclusive, o autismo. Por isso a suplementação tem sido defendida, e os estudos demonstram melhora substancial dos sintomas quando se faz essa reposição de creatina”, reforçou.
“Essa suplementação pode ajudar no aprimoramento da memória, proporcionar uma maior capacidade de retenção e mais resistência à fadiga mental. Além disso, a creatina pode aumentar o Q.I e melhorar a cognição geral e de idosos”, diz o médico.
Suplementação do corpo
José Fernandes Vilas confirma que há estudos relacionando a creatina à saúde do cérebro, ao processamento, à função cerebral e à recuperação de traumas.
“Mesmo a creatina estando em maior concentração no músculo, há evidências científicas de suas atividades a nível cerebral. A enzima creatina quinase (CK), envolvida no mecanismo de ação desse composto, também pode ser expressa no cérebro”, explica.
O especialista diz que, no caso da recuperação cerebral, o corpo reage da mesma forma que nas atividades físicas. E, apesar de produzir uma boa quantidade da enzina, ela não é suficiente para recuperar danos cerebrais.
Mais pesquisas
O médico reforça que a creatina é captada por células musculares e pelos neurônios. Assim, quanto maior a quantidade do suplemento no organismo, melhor ocorre a síntese de ATP, que é a fonte dessa energia celular.
José Fernandes Vilas ainda explica que os neurônios consomem grande quantidade de energia em forma de ATP, porém, fornecem quantidade maior de fosfato disponível para o cérebro. Sendo assim, o armazenamento e produção de energia também são impulsionados no cérebro.
E tem vários tipos de creatina:
“Existem diversos tipos de creatina, e monohidratada está entre as mais vendidas. Há também a micronizada e a creatina citrato. Na hora de comprar, sempre recomendo que procure uma que tem o selo Creapure, pois essa tem 100% de pureza. Esse alto grau de pureza leva a uma melhor absorção, e isso aumenta os níveis de ATP [adenosina trifosfato] mais rapidamente”, diz.
Acompanhamento de profissional
“Os benefícios ainda são pouco disseminados. A dosagem recomendada varia de 3 gramas a 5 gramas por dia para um uso mais contínuo. A gramatura recomendada vai depender do objetivo do uso. Praticantes de atividade física usam as doses mais elevadas”, afirmou.
Mas ele reforça que ninguém deve fazer uso do suplemento sem a orientação de um profissional, seja da área da Educação Física, seja da Neurologia
E finaliza dizendo que os estudos que relacionam a creatina ao cérebro ainda estão em andamento e precisam de mais pesquisas sobre a quantidade ideal do produto para que as respostas cerebrais sejam perfeitas.
Fonte: Só notícia boa.