“Como resultado dessa exclusão, desenvolvemos tratamentos apenas a partir do estudo de mulheres, que depois aplicamos a meninos e homens e esperamos que funcionem com a mesma eficácia”, explica.
Ainda de acordo com ele, essa exclusão ocorria pela errada percepção de que distúrbios alimentares eram incomuns entre homens.
Baseado em trabalhos anteriores, o estudo mostrou que o transtorno de compulsão alimentar está diretamente relacionado ao cérebro, que apresenta diferenças significativas em sua estrutura a depender do gênero.
Observando 74 crianças com idade entre 9 e 10 anos, foi possível concluir que as meninas com transtorno de compulsão alimentar tinham densidade elevada de massa cinzenta em várias partes do cérebro conhecidas por estarem conectadas ao controle de impulsos e compulsão alimentar, que são sintomas do transtorno.
Já os meninos não apresentaram densidade elevada de massa cinzenta nessas áreas. Com isso, Murray reforça a importância de diferenciar o gênero para a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos.
O professor afirma, ainda, que novos procedimentos de remediação estão no horizonte e contemplam a relação direta entre o transtorno e o cérebro.
Conforme divulgado pela USC, o próximo passo da pesquisa deve ser estudar se além de ter estruturas diferentes, os cérebros de homens e mulheres com transtorno de compulsão alimentar têm funcionamentos distintos.
Fonte: CNN Brasil.