No Rio Grande do Sul, um fóssil de um réptil que conviveu com dinossauros foi descoberto por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Divulgado no dia 3 de novembro no Journal of Systematic Palaeontology, o estudo revela que entre os elementos do fóssil escavado em junho de 2022, estão perna completa da nova espécie.
Com esse elemento, foi possível, através da configuração e das proporções dos dígitos do pé, classificar o réptil como sendo de um proterochampsídeo, um exemplar de um grupo primitivo de répteis encontrado apenas no Brasil e na Argentina, como informado pela revista Galileu.
A forma de seu corpo, especialmente por seu focinho alongado, lembra a dos jacarés e crocodilos. Por isso, acredita-se que a espécie tenha vivido próxima a corpos d’água, alimentando-se de maneira similar aos seus semelhantes modernos
Seu nome, Stenoscelida aurantiacus, tem sua origem no significado “perna delgada”, de Stenoscelida, já que ele possui dimensões mais delicadas de membro posterior em relação aos seus parentes próximos.
Já o aurantiacus vem de "laranja" referindo-se a coloração alaranjada dos leitos rochosos onde o fóssil foi escavado, no Geoparque Quarta Colônia Aspirante UNESCO, no município de Agudo, em um sítio com rochas que possuem cerca de 230 milhões de anos.
Com base no grau de parentesco com outros organismos, é provável que o réptil descoberto era carnívoro, possuía 1,40 de comprimento e era quadrúpede.
Essa nova espécie de réptil, é bastante diferente dos primeiros dinossauros. Uma das diferenças notadas é que os dinossauros tinham a cabeça do fêmur “torcida” em direção ao acetábulo, uma abertura que fica localizada na cintura pélvica.
De acordo com Rodrigo Temp Müller — por e-mail para a Galileu — paleontólogo da UFSM, com essa característica, os dinossauros puderam adotar uma postura de "membros eretos abaixo do corpo”.
E esse "não é o caso da nova espécie, que teria os membros direcionados para a lateral do corpo.”
O calcanhar é outra diferença, já que os calcanhares desses répteis tocavam o chão quando eles se moviam, na locomoção plantígrada, enquanto que, dos primeiros dinossauros, não, na locomoção digitígrada.
Fonte: Aventuras na História.