Seu Jorge fez um desabafo nesta terça, 18, nas redes sociais sobre os ataques racistas que sofreu na última sexta-feira (14) no Rio Grande do Sul e teve apoio de milhares de artistas e internautas.
Durante uma apresentação no Grêmio Náutico União (GNU) o cantor foi vaiado e ofendido, chamado de “macaco”, além de outras injúrias raciais.Num vídeo publicado no Instagram Seu Jorge falou que as ofensas iniciaram após convidar um jovem cantor para o palco e falar sobre a importância da representatividade preta.
“Quando cheguei atrás do palco, começo a escutar xingamentos. Por conta disso, eu percebi que não seria possível voltar para fazer o famoso ‘bis’, mas sozinho retornei ao palco e, de maneira respeitosa, agradeci à presença de todos e me retirei do local do show […] O que eu quero dizer aqui é que não reconheci a cidade que aprendi a amar e respeitar. Na verdade, o que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista”, disse o artista.
Como tudo aconteceu
Segundo Seu Jorge, ele convidou ao palco do Clube da Capital o músico Pedrinho da Serrinha, um adolescente preto de 15 anos. E o cantor reforçou a necessidade de defesa à proteção da juventude negra.
Em vídeos e publicações nas redes sociais, uma internauta que estava no show defendeu o artista.
“Ele falou sobre a maioridade penal, quis dizer que a questão não é prender mais cedo ou mais tarde e sim dar condições para esses jovens”, relatou.
Não houve politização
Em áudio nas redes sociais, o presidente do clube gaúcho afirmou que Seu Jorge fez “um gesto político”, o que teria feito com que o público se sentisse “ultrajado”. Já em coletiva de imprensa nesta terça, Paulo José Kolberg Bing disse que o músico fez ‘L’ com as mãos, em alusão ao ex-presidente Lula (PT), candidato à presidência.
Seu Jorge defendeu a fala dele e disse que não havia defesa política naquele momento, mas um discurso necessário.
“Não estava politizando nada. Estava simplesmente fazendo uma fala muito importante porque temos que combater o genocídio da juventude negra no Brasil”, afirmou o artista.
“Quando a gente olha para um garoto de 15 anos, adolescente, e ele é branco, a gente continua vendo um adolescente. Mas, muitas das vezes, quando a gente olha para um adolescente negro de 15 anos, a gente, muitas das vezes, a gente pensa em redução da maioridade penal”, explica Seu Jorge.
“Eu falava que Pedro era um exemplo que isso não é necessário, quando é cuidado com atenção e afinco o Estatuto da Criança e do Adolescente, que promove todas as proteções devidas para criança e o adolescente”, disse o cantor.
Fonte: Só notícia boa.