A guerra teve início em 1864 com a invasão do Paraguai à província brasileira do Mato Grosso. Após mais de cinco anos de lutas entre a Tríplice Aliança (formada por Brasil, Argentina e Uruguai) e forças paraguaias, o Paraguai foi derrotado e tornou-se um dos países mais atrasados da América do Sul. Aproximadamente, 300 mil paraguaios morreram, entre civis e militares. Já o Brasil teve entre 50 e 60 mil baixas.
Durante os debates da Subcomissão de Verdade e Justiça, pesquisadores paraguaios fizeram apresentações acusando Brasil, Argentina e Uruguai de manipularem a história para culpar o Paraguai, a suposta vítima. Eles também classificaram o conflito como uma "guerra imperialista e genocida". Ao final das audiências, será apresentado um relatório que possivelmente trará os pedidos de reparação.
Em entrevista ao site Metrópoles, o professor de História da Universidade de Brasília (UnB) Francisco Doratioto, um dos principais especialistas no conflito, disse que os países vencedores não devem dinheiro nem desculpas ao Paraguai. “Quem começou a guerra mesmo sem declará-la, ao sequestrar o barco Marquês de Olinda e invadir o Mato Grosso, foram as tropas de Solano López (ditador paraguaio), que já vinha planejando há tempos essa movimentação", afirmou. Segundo o historiador, o pedido de reparação do Paraguai "é quase como se a Alemanha pedisse indenização pela destruição que sofreu na Segunda Guerra Mundial”.