O mês de junho é destinado a prevenção da ceratocone. A doença, caracterizada pela coceira nos olhos, é uma das principais responsáveis pelos transplantes de córneas realizados no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
A doença provoca um afinamento da córnea fazendo que a estrutura fique com um formato semelhante ao de um cone. Os jovens são os mais atingidos e os indícios podem aparecer já no início da adolescência, como explica o oftalmologista Rodrigo Santos.
“A doença é causada por uma alteração genética de vários genes, não há um gene isoladamente responsável pela doença, mas um conjunto. E a gente fala que a doença é multifatorial, então além da tendência causada pela genética, o fator ambiental que é alergia, coçar os olhos é o principal fator que contribui para o aparecimento da doença. A gente vai suspeitar de pacientes jovens, que têm alergia nos olhos e tem um grau de astigmatismo. Esse é o grande alerta na consulta para a gente realizar um exame de topografia da córnea para que a gente consiga um diagnóstico da doença.”
Foi o que ocorreu com advogado Marcus Alexandre Rocha, diagnosticado com a doença aos dezoito anos.
“Tinha alguns problemas de visão, e aí em um exame de rotina o médico que me atendeu já desconfiou de ceratocone porque eu estava com algum indício. A visão não ficava turva, não ficava embaçada, ela apresentava umas imagens fantasmas, e o quadro na sala de aula, a professora escrevia qualquer coisa e eu via tudo meio duplicado só que bem fraquinho”.
Além do transplante de córnea, hoje a ceratocone possui outros tratamentos, como o uso de óculos, de lentes de contato especiais para correção da córnea e cirurgia para implantes de anéis intra-corneanos.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 150 mil brasileiros desenvolvem ceratocone todos os anos.
O ato de coçar os olhos é um dos principais fatores que levam a piora da deformidade. Por isso, é importante estar sempre atento a fatores que causam alergia para evitar que os olhos sejam atingidos.
Fonte: Agencia Brasil.