Uma dica importante é não deixar o bebê por muito tempo na água. Antes de começar o banho, deixe o chuveiro ligado para vaporizar o ambiente e evitar o choque térmico entre a água e a pele do bebê. Isso traz uma sensação mais agradável para a criança. Nessa época do ano, os banhos têm de ser rápidos — não leve brinquedos para o banheiro, pois isso distrai a criança e deixa o momento mais demorado. Além disso, os banhos não devem ser muito quentes e não se deve usar bucha na pele da criança, porque ela retira o fator de hidratação que temos naturalmente na pele. O melhor horário é entre às 15h e 16h, com a água em torno de 37ºC. "Se a casa estiver muito fria, melhor secar e trocar os pequenos dentro do banheiro, que deve estar quentinho", recomendou a pediatra e colunista da CRESCER, Ana Escobar em uma postagem realizada em seu perfil nas redes sociais. Ela também sugere que os pais tenham cuidado com os cabelos molhados. "A cabeça das crianças é uma região intensamente vascularizada e muito sensível à mudança de temperatura. Os cabelos molhados 'esfriam' a cabeça e, consequentemente, o corpo. Isso faz com que as defesas da mucosa respiratória fiquem prejudicadas, favorecendo a entrada e agentes agressores", afirmou a especialista.
Durante o inverno, o frio leva à diminuição na transpiração corporal e é isso que faz com que a pele fique mais seca, tanto em adultos, como em crianças. Por isso é tão importante o reforço da hidratação. As bochechas e as pernas dos bebês são as áreas mais afetadas pelo ressecamento, segundo o dermatologista Claudio Wulkan, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Assim, para evitar o problema, vale caprichar na hidratação desses locais. Já o hidratante mais adequado para cada criança e cada fase depende da recomendação do pediatra ou de um dermatologista. No geral, a pele ressecada não costuma causar maiores problemas, porém, em alguns casos, podem surgir pequenas lesões, permitindo a entrada de germes e bactérias. Nesses casos, vale consultar o pediatra para evitar infecções e passar pelo inverno sem grandes problemas.
A melhor opção é vestir o bebê em camadas. Você pode colocar um body por baixo, uma calça e um macacão por cima. Opte por aquelas de algodão — sobretudo na primeira camada, que fica em contato direto com a pele — pois a lã pode dar alergia e ressecar a pele. Já o náilon não é adequado para baixas temperaturas. Como os bebês perdem muito calor nas extremidades, mãos, pés e couro cabeludo ficam mais gelados. Portanto, ao sair, coloque na criança luvas, meias e gorros. Existem também alguns modelos de macacões que vêm com um acabamento no punho que permite dobrá-lo por cima da mãozinha, funcionando como uma espécie de luva. Pode ser mais prático! Vale lembrar que é importante sempre ficar de olho na temperatura da criança, que deve estar entre 36,5 e 37,2 graus. Se o bebê começar a transpirar ou se mostrar irritado sem motivo, por exemplo, pode ser que esteja com calor. Nesses casos, retire uma camada das roupas. Para as maiores, que começam a testar sua automia e podem ficar mais resistentes a usar determinadas roupas, "os pais podem dar mais do que uma opção para o filha escolher, de acordo com o que eles julgam adequado. Assim, mesmo com essas limitações, a criança sente que tem uma participação na escolha", orienta Denise de Sousa Feliciano, psicanalista e presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
O ideal é evitar lugares aglomerados pelo menos até os dois primeiros meses, quando o recém-nascido toma a vacina Pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, infecções causadas por Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B). Passeios antes das 10h e depois das 17h não são bons, pois nesses períodos do dia as temperaturas estão mais baixas, com mais vento. Evite, também, sair com a criança após dar banho nela. Mas, ao fazer qualquer passeio, vale lembrar que os carrinhos disponíveis no mercado são, em geral, bem adaptáveis às baixas temperaturas. Escolha um que tenha protetor para chuva e frio ou compre um protetor individual que se adapte ao modelo que você já tem. Só cuidado para não sufocar a criança! Os protetores devem sempre ter aberturas nas laterais para a circulação do ar. Mesmo as crianças maiores também devem estar bem agasalhadas e, em tempos de coronavírus, é sempre bom lembrar que o ideal é evitar aglomerações. "Quem estiver dentro de transporte público pode abrir um pouco os vidros para que o ar circule com mais facilidade", lembra a pediatra Ana Escobar, também em postagem feita nas redes sociais.
Normalmente, mães e pais se preocupam em manter as crianças hidratadas no verão, mas se descuidam durante o inverno. É claro que o risco de desidratação durante as altas temperaturas é maior, uma vez que o calor faz com que as pessoas transpirem mais e, consequentemente, eliminem mais água do organismo. Porém, no inverno, a transpiração também acontece, só que por meio de outros mecanismos. “Quando a criança fica muito agasalhada em uma temperatura que não está tão baixa, ela também vai suar e desidratar”, alerta a pediatra Neuma Kormann, do Hospital Pequeno Príncipe (PR).
Também por conta da diminuição das temperaturas, é necessário haver um maior esforço metabólico para manter o calor do corpo, o que aumenta o consumo de água do organismo. Por isso, para saber se a criança está bem hidratada durante os dias frios, a melhor maneira é observar a urina, avaliando a cor, o volume e a frequência com que seu filho vai ao banheiro. O ideal é que o xixi seja claro, abundante e eliminado muitas vezes ao longo do dia. Outro sinal é observar a mucosa da boca: “A saliva tem que estar fluida, líquida, não espessa, como um chiclete”, diz Neuma. Olho encovado (conhecido como “olho fundo”) com pouco brilho e choro sem lágrimas também servem de alerta. Para evitar esse quadro, ofereça o líquido regularmente ao longo do dia e deixe sempre uma garrafa d’água à mão: seja na bolsa, no carro, na sala de brincar ou no quarto da criança.
Fonte: Revista Crescer.