Com mais de 100 casos de varíola de macaco confirmados em 16 países fora da África, epidemiologistas ouvidos pela BBC News Brasil consideram que a doença pode chegar ao país em pouco tempo.
Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo, disse que é possível que alguma pessoa infectada já tenha entrado no Brasil, após ter passado por locais onde foram registrados casos.
Segundo ela, é comum dizer em epidemiologia de doenças infectocontagiosas que uma patologia transmitida por contato e gotículas respiratórias pode demorar o tempo de um voo para se espalhar.
Os especialistas ouvidos alertam que se alguém infectado não é diagnosticado e não faz isolamento ao desembarcar num país, a doença começa a ser transmitida.
Por isso, a população e os profissionais de saúde devem ser orientados a notificar casos suspeitos, destaca Eliseu Waldman, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Os sinais mais marcantes da varíola de macacos são lesões semelhantes às da catapora, bem mais intensas.
Outros sintomas são: febre, dor de cabeça ou nas costas e musculares, inflamações nos nódulos linfáticos, calafrios e exaustão.
As opiniões também se dividem entre outros profissionais que acham precoce fazer previsões sobre a extensão do surto.
Antônio Augusto Moura Silva, do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal do Maranhão opina que é possível que a Europa consiga bloquear a transmissão rapidamente, antes que chegue ao Brasil.
Moura Silva considera que neste caso, pode ser mais fácil conter a disseminação, diferente da covid-19, por ser necessário um contato mais próximo para a transmissão.
Mas não descarta a necessidade de vigilância para que alguma pessoa contaminada possa ser diagnosticada e isolada rapidamente.
Comissão criada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar o problema produziu dois informes técnicos sobre a varíola de macacos.
Os documentos com informações sobre formas de contágio, origem da doença e histórico do surto estão no site oficial na rede gov.br/mcti
Fonte: Radio 2.