A observação do comportamento e das habilidades de cada criança é um fator essencial no momento da escolha por um esporte ou exercício físico. Nesta quarta-feira (6), Dia Mundial da Atividade Física, especialistas destacam os benefícios da prática regular de esportes por jovens e crianças.
Crianças focadas e que apresentam boa coordenação podem aproveitar ao máximo a prática de esportes coletivos, como o vôlei, futebol, basquete e handebol. Para as mais inquietas ou distraídas, a natação e o atletismo são opções recomendadas.
Os pequenos com disciplina e autocontrole podem render bastante em atividades como ginástica, balé, tênis ou artes marciais. Já os que têm muita força se dão bem em modalidades como o rúgbi e o boxe.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), bebês que ainda não começaram a engatinhar podem ser motivados a alcançar objetos, segurar, puxar, empurrar e mover a cabeça, corpo e membros. Além de incentivar o desenvolvimento motor, as ações também reforçam os vínculos entre pais e responsáveis e os pequenos.
O incentivo à atividade também deve ser feito para as crianças de zero a 2 anos, mesmo que por curtos períodos, várias vezes ao dia. As que já conseguem andar sozinhas devem ser estimuladas fisicamente durante pelo menos 180 minutos, incluindo movimentar, rolar, brincar, saltar, pular ou correr.
Para as crianças de 3 a 5 anos são adequadas brincadeiras na água com acompanhamento, andar de bicicleta, jogos de correr ou com bola. De acordo com a SBP, também devem ser dedicados ao menos 180 minutos de atividades físicas distribuídas ao longo do dia, evitando tempo gasto em frente aos monitores.
Segundo a SBP, crianças e adolescentes de 6 a 19 anos devem acumular pelo menos 60 minutos diários de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa, que aumentam as frequências respiratória e cardíaca. Os especialistas destacam que atividades intensas ajudam no fortalecimento e desenvolvimento de músculos e ossos e devem ser feitas pelo menos três vezes por semana.
Considerar a afinidade com o esporte e respeitar o gosto individual de cada criança pode ajudar a aumentar o rendimento durante a prática. O tipo de esporte deve ser escolhido de acordo com a idade, o ritmo de crescimento, o desenvolvimento global e as habilidades de cada criança ou adolescente.
O médico ortopedista Pedro Baches Jorge recomenda atenção às questões de segurança com o objetivo de reduzir os riscos de distensões, luxações e fraturas. “As lesões nas atividades esportivas, na maioria das vezes, se devem a treinos incorretos, repetitivos onde há o excesso de atividades e falta de preparo adequado”, afirma.
A avaliação médica é um dos primeiros passos para começar uma nova atividade física, mesmo que a criança não apresente qualquer tipo de problema de saúde. Na consulta, serão analisadas características como peso e altura, força física, condições cardíacas, além de possíveis alterações no organismo durante o esforço.
Com a modalidade escolhida e a avaliação médica concluída, deve-se observar se o ambiente onde será realizada a atividade conta com medidas de segurança e equipe especializada. Nos esportes que exigem a utilização de equipamentos de proteção, como o skate e a patinação, a orientação sobre os itens deve ser feita de maneira didática, de modo que a criança compreenda a importância do uso.
O médico ortopedista Bruno Takasaki Lee afirma que as crianças devem usar roupas e calçados apropriados para cada esporte, além de manter a hidratação e o uso de protetor solar quando a atividade acontecer em ambientes externos.
“Os locais para prática de esportes não devem ser improvisados ou inadequados, pois isso aumenta muito o risco de lesões. É importante conhecer as regras do esporte, fazer aquecimento adequado e evitar treinamentos excessivos para sua idade e capacidade”, afirma Lee.
Fonte: CNN Brasil.