Uma semana após o início da guerra na Ucrânia, os preços de algumas matérias-primas básicas devem subir no mercado internacional, com reflexos aqui no Brasil. É o caso dos combustíveis, alguns alimentos e também do câmbio.
O preço do barril de petróleo, por exemplo, já alcançou a cotação de US$ 120 dólares. A Petrobras está usando estoques comprados há alguns meses por preços mais baixos. Mas tem o risco de afetar o abastecimento interno e os preços subirem.
A tendência de aumento de preços de alguns alimentos foi confirmada nessa quinta-feira pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Produtos como pão, macarrão e biscoitos podem subir. Eles são feitos de trigo, que deve encarecer com a invasão da Rússia, maior produtor mundial, à Ucrânia, quarto maior produtor de trigo. Metade do que o Brasil consome é importado. Em 2021, foram compradas mais de seis milhões de toneladas do cereal.
O economista Cesar Bergo, que está na França acompanhando e analisando os impactos da guerra na economia europeia, aponta tendência do aumento de preços de cereais. Ele dá uma dica aos consumidores para ficar atentos e buscar produtos alternativos.
A vendedora Maria José, de Brasília, já tem um plano B caso esses alimentos pesarem mais no bolso.
Quanto aos combustíveis? O quê o consumidor poderá fazer para enfrentar o impacto no bolso? O taxista Athos Ribeiro, que trabalha na praça do Distrito Federal há 30 anos, acredita que será preciso repassar na bandeirada o custo da gasolina:
No mercado financeiro, o cenário de guerra pode fazer com que o Banco Central brasileiro eleve a taxa Selic para tentar controlar a inflação, objetivo que foi relatado no Boletim Focus, divulgado na quarta-feira.
Em nota conjunta dos Ministérios de Minas e Energia e das Relações Exteriores, o governo brasileiro informou que acompanha com atenção a instabilidade dos preços internacionais de petróleo e de outros produtos. Destaca, também, a importância da diversificação da matriz energética, de forma a assegurar o acesso à energia mais segura e sustentável.
Fonte: Agencia Brasil.