Nos últimos meses, uma série de eventos climáticos extremos atingiu vários estados brasileiros, deixando rastros de destruição e causando a morte de centenas de pessoas.
O caso mais recente foi em Petrópolis, no Rio de Janeiro. O volume excessivo de chuva, que caiu em um intervalo de poucas horas, provocou deslizamentos de terra. E há poucas semanas, estados do centro do país, como Bahia e Minas Gerais, sofreram com inundações e enchentes que deixaram milhares de pessoas desabrigadas.
Ao mesmo tempo, estados como o Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul enfrentam uma seca histórica, que obrigou a maior parte dos municípios a decretar situação de emergência. A falta de chuvas ameaça o abastecimento de água da população e já comprometeu parte da produção agrícola nesses estados.
A concentração de todos esses fenômenos climáticos intensos em um curto período de tempo não é uma coincidência. É o que afirma Lincoln Alves, pesquisador do Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Para o pesquisador do Inpe, o aumento gradual da frequência e da intensidade dos eventos climáticos extremos é um problema que precisa ser encarado com seriedade, porque impacta o país nos níveis social, ambiental e econômico.
A escalada de catástrofes climáticas é um fenômeno que já vinha sendo antecipado pelos cientistas e é uma das conclusões do relatório divulgado em dezembro pelo IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. O pesquisador Lincoln Alves ressaltou que os estudos internacionais sobre o assunto apontam a ação humana como principal causa para o aquecimento global.
No dia 28 de fevereiro, o IPCC deve divulgar um novo relatório sobre os impactos climáticos da ação humana. Os cientistas que integram o painel afirmam que este vai ser o relatório mais ambicioso da história, porque, segundo eles, os riscos nunca foram tão altos.
Fonte: Agencia Brasil.