Há quem duvide, mas a ciência já provou, há muitos anos, que a Terra é redonda. E é devido ao formato esférico, que mesmo com tecnologias avançadas, uma estação de radar de aviões não consegue captar objetos no nível do mar ou que voam em baixas altitudes.
A FAB, Força Aérea Brasileira, explica que até aeronaves utilizadas por traficantes de drogas podem passar despercebidas e ultrapassar fronteiras de países, sem permissão, simplesmente por voarem fora das altitudes detectáveis pelos radares. E é por isso que a FAB possui uma frota de aviões que identificam a presença de outros aviões e objetos não detectáveis. Conhecido como Avião-Radar, o Jato E-99M é, em outras palavras, uma estação de radar voadora: capaz de voar diversas altitudes e perceber possíveis ameaças a qualquer altura.
O Tenente-Coronel Aviador Luiz Carlos Santos, conta que, no Brasil, existem três aeronaves do tipo com programas de computador atualizados e alta captação de objetos aéreos, em diversas altitudes. Segundo ele, o jato E99M pode ser utilizado em tempos de guerra e de paz, incluindo operações sigilosas, importantes para a segurança nacional.
Apesar de detectar a presença de aviões a centenas de quilômetros de distância, os radares de aviões convencionais, que ficam em torres, têm limitações, o que faz com que aviões militares consigam fazer ataques surpresas, justamente aproveitando da curvatura da Terra. Neste caso, um ataque vindo a duzentos metros acima do nível do mar, só é identificado a cinquenta quilômetros da antena do radar. Se esse ataque for de um avião cassa supersônico, ou um míssil, por exemplo, bastam dois minutos para atingir a torre.
O E-99M faz a varredura de cima para baixo, e não de um lado para o outro, como os radares fixos em torres. Com isso, possui maior alcance de visão panorâmica sobre o nível do mar. As versões modernizadas dessa aeronave começaram a ser entregues no Brasil, no fim de 2020 e operam no país desde o ano passado.